Tuesday, July 22, 2008

A felicidade está a nossa procura tanto quanto nós dela...

Ontem a caminho do trabalho, parei como sempre, no semáforo da Praça da Assembléia. Mas ontem foi um dia diferente. Diferente pq vi uma cena linda e escolhi deixar a beleza dela encher o meu coração naquele momento!

Um avô brincando com seu netinho (imagino eu) de poucos meses de idade. O neto estava sentado no carrinho e o avô então se abaixou ao lado de um daqueles pontos que jorram água nas plantas e molhou a mão ali para levar a água até o neto. O neto olhou para o avô maravilhado, como quem não acredita naquela água que escorre de seus dedos. Toda criança (ou quase todas) gosta de água e sabendo disso o avô molhava a mão na água e deixava ela escorrer de seus dedos até pingar na mão no netinho. E o neto tentava pegar aquelas gotas com sua mãozinha pequenina. O avô molhou a pontinha do nariz daquela criança que abriu um sorriso lindo. E ficaram ali nessa inocente brincadeira e nessa troca de toques entre o avô o pequeno garoto.

Sabe o que mais me chamou a atenção nessa cena? O fato de que eles eram alheios a tudo! Alheios ao caos do trânsito em volta deles, alheios as pessoas que transitavam pela praça, alheios aos barulhos de buzinas e outros sons tão comuns ao nosso cotidiano. O mundo parou, ali naquele instante, para eles. E o que mais importava era aquele momento. O sorriso no rosto do avô ao ver a alegria do neto com um gesto tão simples é indescritível.

Temos a chance de ser feliz a cada passo que damos, a cada esquina que viramos, pois a felicidade está sempre aí a nossa procura tanto quanto nós dela. Talvez você não faça idéia, mas contemplar essa cena de manhã cedo me garantiu um dos melhores dias que já tive. Naquele instante eu só queria que meus olhos fossem uma câmera pra registrar aquele momento. Queria descer da moto, me juntar aquele avô e ficar ali brincando com aquela criança... e esquecer por um instante de todas as obrigações do dia-a-dia. Queria que o semáforo demorasse a abrir para eu admirar por mais tempo aquela cena. Queria que o mundo se resumisse àquilo ali: simplicidade e amor!


Paz e alegria!

Thursday, July 17, 2008

Quem é esse tal de Paulo?!

Conversa dentro do carro:

Eu: Hoje o clima esquentou um pouco.

Mamãe: Que isso! Olha o frio que tá fazendo!

Eu: Eu sei que tá frio mãe, mas hoje pelo menos tem sol! Ontem nem sol tinha...

Luciana (irmã): É mãe. Hoje tá mais quente mesmo em comparação com ontem.

Mãe: Eu acho que tá frio do mesmo jeito...


A Naná, não querendo ficar de fora da conversa resolve participar:

Naná: É... aqui tá frio, mas lá no Paulo Norte é muito mais frio, né Vó?!

Eu: Lá aonde????

Naná: No Paulo Norte.


P.S.: Essas pérolas da Naná estão ficando cada vez menos frequentes, para minha tristeza, hehehehe :P

Monday, July 14, 2008

Gamelinho

Chegando em casa depois do trabalho...

Eu: Oi, lindeza!

Bibi: Oi! "Gabiela" olha o que eu vou fazer.

Nesse momento o Bibi subiu em um dos sofás e atravessou até o outro pulando o braço do sofá com o auxílio da minha mãe.

Eu: Magrelinho, magrelinho, vc machuca, magrelinho...

Bibi: Não chama eu de gamelinho!!!

Eu: Ahn??? Não te chamar de quê???

Bibi: De gamelinhooooooooo!!!!

Friday, July 11, 2008

Sorte

É o nome do livro que estou lendo. O nome completo é Sorte - um caso de estupro. Pesado, né? Mas é exatamente esse o tema abordado. O estupro sofrido pela autora do livro quando ela tinha apenas 18 anos.

"No túnel onde fui estuprada, um túnel que antes era a entrada subterrânea de um anfiteatro, onde atores emergiam de debaixo dos assentos do público, uma menina havia sido assassinada e esquartejada. Quem me contou essa história foi a polícia. Em comparação com ela, disseram, eu tive sorte..."
O livro é envolvente. A narrativa te coloca lá dentro, como se fosse alguém próximo a Alice acompanhando tudo de perto. Sofro com ela, torço por ela, vibro com ela a cada novo parágrafo. Resisti a tentação de pesquisar sobre Alice no Google e outros sites de pesquisa, pq não quero que nada estrague o prazer dessa leitura e da descoberta de tudo a medida que a narrativa se desenrola.
Em muitos pontos me identifico com ela. Obviamente não com o fato em si que ocorreu com Alice, mas com sua forma de pensar. Com as transformações que ela vive a cada novo dia. Com a forma como seu pensamento e forma de enxergar a vida, mudam a cada instante.
Excelente leitura. Vale a pena.

Saturday, July 5, 2008

A existência é apenas um sopro...

E foi assim, de repente. Eu descia a Álvares Cabral, como faço todas as manhãs para ir ao trabalho, mas ontem foi diferente. Diferente pq em questão de segundos eu veria minha vida parar.

Aquele carro que seguia à minha frente freiou bruscamente, assim que o sinal amarelou, no cruzamento da Álvares Cabral com Curitiba. Não dava tempo. Não dava tempo de desviar, não dava tempo de freiar, não dava tempo...
Eu até tentei. Tentei freiar, mas a moto patinou na pista e meu único reflexo foi soltar. Soltar a moto, soltar o corpo, soltar... soltar...
Não pensei em nada. Não dava tempo. Não dava tempo. Não dava tempo...
A moto contra o carro. Meu corpo lançado contra o carro. Minha cabeça contra o carro. Meu braços contra o carro. Minha cabeça contra o chão. Meu corpo contra o chão.

Eu bati. Por uma imprudência besta de uma motorista, eu bati. Pq ela não olhou no retrovisor pra ver que atrás dela tinham outros veículos e simplesmente freiou no instante em que o sinal amarelou, eu bati. Eu bati.

Levantei. Aparentemente nenhum dano ao meu corpo. A moto no chão. Pessoas me cercam: "vc está bem?" "quer q chame a ambulância?" "vc tem um corte na cabeça"...
Mas eu não sentia nada. O sangue quente me impediu de sentir dores na hora.

A motorista veio falar cmgo. Conversamos. Ela acha que a culpa é minha e sabe pq?! Pq eu sou motociclista e bati na traseira do carro dela. Ah, e pra completar: ela é advogada do TJ e eu, uma "simples" publicitária. Não entendo como as leis podem ser falhas nesse sentido. Um motorista freia o carro bruscamente e a culpa é de quem está atrás mesmo qdo quem está atrás mantém a distância de segurança! É totalmente ilógico. Eu não estava colada nela, mas eu estava em uma moto, numa descida íngreme e por isso não consegui parar.

Minutos depois as dores: pescoço, cabeça, coluna, tudo doía. Fui para o hospital. Exames. Tonturas. Sono. Mais exames. Dores. Conclusão: está tudo bem. Só uma "bela" pancada na cabeça, que vai me deixar meio "lelé" por um tempo e mtas, mtas dores pelo corpo. Parece que apanhei.

Mas esse fato me fez parar. Parar e pensar. Não, não, minha vida não passou em flashs em minha mente naqueles segundos. Nada disso. Mas eu confesso que esse pequeno intervalo em que meu corpo se projetou da moto e eu bati com a cabeça no vidro de trás do carro daquela mulher, me fez refletir no quão frágil é nossa vida. A existência é apenas um sopro. Nada mais. Em um instante estamos aqui, em outro não existimos mais.
Pensei na quantidade de tempo que tenho dedicado ao trabalho e no pouco tempo que tenho dedicado às pessoas que amo e às coisas que gosto de fazer. No qto tenho deixado de aproveitar bons momentos da vida em função de trabalho, sempre o trabalho. Parece discurso plagiado, velho e piegas, mas é apenas a verdade. Pensei mto em tudo isso na noite passada e acho que esse STOP ocorreu justamente para me fazer meditar, não sobre o possível fim de tudo, mas sim sobre o fato de que HOJE é apenas o começo.


"Você nasce sem pedir e morre sem querer. Aproveite o intervalo..."


Paz!


P.S.1: eu realmente estou bem, não há motivos para preocupações.

P.S.2: a moto quebrou o eixo dianteiro, ou algo parecido. Resumindo: não anda direito, vai pro conserto. Só espero que não fique caro...

P.S.3: O cara que viu tudo, viu que a mulher freiou bruscamente e tals, não quis ser minha testemunha, não quis se envolver e no primeiro momento de distração minha enquanto pegava algo pra anotar o telefone dele, ele sumiu no meio do povo, então minha única chance de ter meu prejuízo pago pela mulher que dirigia o carro foi por água abaixo...